Já contei aqui sobre situações constrangedoras, tristes, revoltantes. Mas todas servem de aprendizado E a grande burrice de um jornalista – e acho que de qualquer profissional – é quando ele se nega a aprender com as situações que vivencia.
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Pois esta repórter aqui aprendeu, a duras penas e às custas de muita piada (dos outros) as patentes da aeronáutica
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Era repórter na Rádio Guaíba. Ficávamos na época numa redação minúscula antes da reforma interior do antigo prédio na Rua da Praia com a Caldas Jr, no centro de Porto Alegre. Prédio histórico, chamado de “esquina da comunicação”. O lugar é lindo.
Pois bem. Meu colega Samuel Vettori, grande repórter e amigo, aguardava retorno da assessoria de imprensa da aeronáutica para confirmar a fonte que daria entrevista a ele. Como estava ao telefone, pediu que eu atendesse e anotasse o nome e número da pessoa. Eis que entrego ao colega um pedaço de papel com o seguinte recado: “Brigadeiro Duar Fulano de Tal. Telefone tal”.
Eu, na minha mais tranquila versão, entreguei o bilhete. Samuel caiu no riso descontrolado. Todo mundo veio ver, querendo saber o motivo da piada. Eu não entendendo nada, achando que tinha anotado direito, afinal lá em Capão da Canoa tinha um cara chamado Duar, fiquei esperando a explicação.
Lição: um Brigadeiro na aeronáutica é Brigadeiro-do-Ar. O nome do oficial não era nada parecido com Duar, assim como não é brigadeiro destes de comer. Eu não fazia a menor ideia daquilo. Pra quem também não sabia, aí vai uma ajuda do Google: “Brigadeiro-do-Ar é o primeiro posto do generalato de oficiais aviadores na Força Aérea. Equivale a Contra-Almirante e General-de-Brigada”.
Curiosos se algum dia conheci o oficial? Sim! E não tive coragem de contar a história. Comecei a rir antes mesmo de me aproximar.
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