Eu quero emagrecer. Acho que quase todo mundo sofre da síndrome “eu poderia ter uns quilinhos a menos, né?” Mas não é essa a questão.
A questão é que as mulheres são ensinadas a não se sentirem bem com os seus corpos. E eu não acho isso, tenho certeza. Absoluta, eu arrisco. E o motivo dessa certeza é apenas ter nascido mulher e ser rodeada de outras delas.
Tenho uma amiga linda, magra, alta, elegante, sabe? Mas ela acha que as pernas são longas demais. Outra amiga é malhada, a bunda mais durinha que você já viu e isso depois de já ter dois filhos, mas ela não gosta da barriga, diz que é flácida. Infelizmente, eu poderia preencher muitas linhas com exemplos de mulheres detonando seus corpos. Se tu ainda não acreditas e achas que pode ser mimimi (credo), tem uma pesquisa recente que fala sobre isso. A chamada diz assim: “Pesquisa britânica mostra que apenas 61% das meninas entre 7 e 21 anos se sentem atualmente felizes com a própria aparência?”.
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Uma meninade S E T E anos ?já não gostada sua aparência
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E ela ainda nem sabe exatamente o que é a sociedade e como ela nos manipula.
E agora que estamos alinhados sobre esse absurdo que é viver num mundo onde o normal é não se aceitar, onde a distorção de imagem pode chegar a casos sérios e resultar em doenças como anorexia, bulimia, depressão… Peço licença para falar de uma experiência pessoal, recente e ainda não digerida totalmente. Faço parte do grupo Maravilhosas Corpo de Baile. Uma junção de mulheres incrivelmente diferentes lideradas pela Grazi Meyer. O que fazemos? Nos encontramos para dançar e trabalharmos nossa confiança.
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“Além do exercício físico, de entender e gostar de vermos o que nosso corpo é capaz de fazer, vamos incentivando umas as outras a aceitarmos os elogios que recebemos”
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Na primeira aula, fui apresentada às únicas duas regras: todas se apoiam e se (auto)elogiam. Chega de reagirmos ao elogio com “imagiiiina, você que é!” Além do exercício físico, de entender e gostar de vermos o que nosso corpo é capaz de fazer, vamos incentivando umas as outras a aceitarmos os elogios que recebemos. A reação deve ser “sim, meu cabelo tá bom hoje, né? o teu também tá bonito, guria”. É uma rede de apoio.
No dia 19 de fevereiro de 2017, um domingo muito calorento, eu e outras 24 mulheres desfilamos a frente do Bloco Pilantragi na zona oeste de São Paulo. De maiô. Apenas maiô, flores na cabeça e glitter, muito glitter. E amor, apoio, olho no olho, mãos dadas e corpos rebolativos.
Entender que eu posso sair por aí exibindo o meu corpo fora do padrão é um acontecimento quase sem descrição. Mas ver nos olhos de outras mulheres a felicidade de se sentir representada, é melhor ainda. Também recebi olhares e palavras de homens incentivando o que estava acontecendo ali. Na falta de palavras melhores, indico a entrevista da sábia e corajosa Grazi para o Hypeness. Através do Maravilhosas, eu estou começando a descobrir uma Ferrão que um monte de gente já me dizia que existia. Humildemente indico que tu também vá atrás do que pode te libertar.
Teu corpo e tudo em ti é lindo demais, pode confiar!
Outra leitura legal sobre o tema: http://ind.pn/2lq2asP
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